A citação, atribuída ao Dr. Sidarta Ribeiro, renomado neurocientista brasileiro, “A cannabis medicinal está para o século XXI assim como o antibiótico está para o século XX” ressalta a relevância da cannabis como uma opção terapêutica importante nos tempos modernos.
Para embasar essa afirmação, entretanto, é necessário apresentar argumentos históricos e arqueológicos que comprovem o uso medicinal da cannabis ao longo do tempo, fornecendo evidências científicas de longo prazo.
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O uso da cannabis para fins medicinais remonta a milhares de anos, com registros que datam desde a antiguidade. Culturas antigas, como os egípcios, chineses e indianos, utilizavam a planta em diferentes formas para tratar uma variedade de condições de saúde. Por exemplo, na medicina tradicional chinesa, a cannabis era usada para aliviar a dor, tratar distúrbios digestivos e melhorar o bem-estar geral.
Além disso, há evidências arqueológicas que sustentam o uso medicinal da cannabis. Na região da Ásia Central, foram encontrados vestígios de pólen de cannabis em sepulturas com mais de 2.500 anos de idade, indicando seu uso ritualístico e medicinal pelas antigas civilizações. Essas descobertas são um testemunho tangível do conhecimento ancestral sobre as propriedades terapêuticas da cannabis.
Ao longo do século XX, pesquisas científicas começaram a explorar os compostos ativos da cannabis, como os canabinoides, que desempenham um papel crucial nos efeitos terapêuticos da planta. Estudos têm demonstrado que os canabinoides interagem com o sistema endocanabinoide do corpo humano, que desempenha um papel fundamental na regulação de funções fisiológicas, como o controle da dor, o sistema imunológico e o humor.
No campo da medicina, a cannabis medicinal tem mostrado benefícios significativos em várias condições de saúde. Estudos têm sugerido seu potencial no alívio da dor crônica, no tratamento de distúrbios neurológicos, como a epilepsia e a esclerose múltipla, no manejo de sintomas relacionados ao câncer e na redução de inflamações em doenças crônicas. Além disso, a cannabis tem sido investigada em relação ao seu potencial no tratamento de distúrbios do sono, ansiedade e estresse.
É importante destacar que o uso da cannabis para fins medicinais deve ser feito de forma responsável e sob orientação médica adequada. Cada país possui suas próprias regulamentações em relação ao uso da cannabis medicinal, e é fundamental respeitar essas
Com base em pesquisas científicas e evidências clínicas, a cannabis tem demonstrado potencial no tratamento de várias condições de saúde.
Desta forma, alguns aspectos importantes dessa planta e seus efeitos terapêuticos:
- Compostos ativos da cannabis: A planta de cannabis contém mais de 100 compostos químicos conhecidos como canabinoides. Os principais canabinoides incluem o THC (tetra-hidrocanabinol) e o CBD (canabidiol). O THC é conhecido por seus efeitos psicoativos, enquanto o CBD possui propriedades terapêuticas sem efeito psicoativo.
- Alívio da dor e inflamação: A cannabis tem sido utilizada há séculos como analgésico natural. Estudos mostram que os canabinoides presentes na planta podem ajudar a aliviar a dor crônica e a reduzir a inflamação em diferentes condições, como artrite, fibromialgia e lesões nervosas.
- Tratamento de distúrbios neurológicos: A cannabis tem mostrado resultados promissores no tratamento de distúrbios neurológicos, como epilepsia, esclerose múltipla e doença de Parkinson. O CBD tem se destacado por seu potencial no controle de convulsões em pacientes com epilepsia refratária.
- Apoio ao bem-estar mental: Pesquisas sugerem que certos canabinoides da cannabis podem ter efeitos positivos no bem-estar mental. O CBD, por exemplo, tem sido estudado em relação à ansiedade, depressão e estresse, mostrando resultados encorajadores no auxílio ao equilíbrio emocional.
- Uso terapêutico em câncer: Alguns estudos preliminares indicam que a cannabis pode ajudar no tratamento de sintomas relacionados ao câncer, como náuseas e vômitos induzidos pela quimioterapia, dor crônica e perda de apetite. No entanto, mais pesquisas são necessárias para entender completamente os efeitos terapêuticos da cannabis no câncer.
Fontes e referências:
Essas referências fornecem informações adicionais e científicas sobre a cannabis medicinal, auxiliando na compreensão de seus efeitos terapêuticos.
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- Fine, P.G., & Rosenfeld, M.J. (2013). The Endocannabinoid System, Cannabinoids, and Pain. Rambam Maimonides Medical Journal, 4(4), e0022.
- World Health Organization. (2018). Cannabidiol (CBD) Critical Review Report.
- Russo, E.B. (2018). Cannabis Therapeutics and the Future of Neurology. Frontiers in Integrative Neuroscience, 12, 51.
- Hill, K.P. (2015). Medical Marijuana for Treatment of Chronic Pain and Other Medical and Psychiatric Problems: A Clinical Review. JAMA, 313(24), 2474-2483.
- Grotenhermen, F., & Müller-Vahl, K. (2012). The Therapeutic Potential of Cannabis and Cannabinoids. Deutsches Ärzteblatt International, 109(29-30), 495-501.